RESPONSÁVEL
DATA DA ATIVIDADE

08/07/2023

RELATO POR

Rodrigo Rodrigues da Silva

PUBLICADO EM

5 de maio de 2024

CATEGORIA

Meu presente de aniversário para mim mesmo em 2023 foi realizar uma excursão para a Agulha do Diabo. A ideia começou em 2022, quando criei um grupo com sócios interessados na empreitada. Nessa primeira tentativa, a intenção era realizar a excursão com pernoite no Paquequer. No entanto, ao entrar em contato com o parque para solicitar a autorização, a pessoa que me respondeu disse que não conhecia esse acampamento, mas que eu poderia ficar no Abrigo 04 ou no Açu. Risos de nervoso. Já estava incomodado com a ideia de levar tanto peso, e, depois de ponderar a logística de pernoitar no Abrigo 04 decidimos ir em bate e volta. Por fim, a data programada em 2022 nao aconteceu devido à chuva no dia, e acabamos não remarcando até a temporada seguinte.

Remarcada como prancheta em 2023, o grupo então configurou-se com eu, Wagner Pereira, Marcello Gomide e Adriano Conde.

Com exceção do Adriano, que já tinha ido há um certo tempo, todos do grupo estavam indo pela primeira vez, o que demandava um bom esforço de planejamento. Sendo assim, organizamos as cordadas da seguinte maneira: Rodrigo e Adriano; Wagner e Gomide.

Pesquisa

Para o planejamento e no dia da excursão, as seguintes fontes de informação foram consultadas:

Planejamento

Segue abaixo o plano realizado previamente, com sugestões de guias mais experientes, e compartilhado com o grupo alguns dias antes, para termos tempo para ajustes:

Pessoal, como vamos poder entrar só 7h, é de extrema importância subirmos leves e rápido, então já vamos alinhar algumas coisas de equipo pra facilitar na hora:

Ferragens por cordada (além do kit aba): 2 expressas, 2 de 60, 1 de 120, 3 mosquetoes com rosca. *Não precisa de parada*, vamos montar com as costuras. Vou levar dois camalot, compartilhamos.

Kit aba: só material para rapel e solteira, vou levar 1 polia para resgate.

Comida: levar 2 sanduíches (1 para base da via e 1 para a volta qdo chegarmos no mirante do inferno). Para manter, coisas energéticas de fácil consumo (uva passa, castanhas), poucas opções. Evitar potes, tupperware, talher, guardar tudo em saco plástico e embalagens simples e leves. Não podemos perder tempo comendo.

Água: vamos subir com 500 a 700ml mais uma garrafa vazia. Pode levar um backup de 300ml (um mate ou isotonico pequeno por ex.). Clorin: comprimido, ou só 1 pessoa leva líquido.

Corda: uma meia corda (só um lado da corda dupla), que será meiada.

Acessórios: anorak leve, fleece/segunda pele, lanterna com pilha reserva, cobertor de emergencia. Mochila de preferência menor que 32l. Muda de roupa limpa pra ficar no carro. Protetor solar e repelente: passa e fica no carro. Kit primeiros socorros: só leva 1.

Celular: só 2 levam. Câmera, drone, pau de selfie 🚫🥲

Mochilas: vamos dividir o peso na hora, antes de entrar no parque. Ideia chegar na portaria umas 6h40 e fazer isso antes de entrar pra não perder tempo.

Itinerário planejado

Subida: pela trilha do Sino até a entrada da trilha para a base das vias da Pedra da Cruz (vulgo atalho). Chegando na trilha do cume da pedra da cruz pegar à direita em direção à Cota 2000 e aí logo descer à esquerda (caminho das orquideas). Em 600m a 1km já deve chegar no mirante do inferno. Um pouco antes do mirante, pegar à esquerda em direção ao São João depois à direita terá a entrada para o grotao. Daí pra frente é só terror até a base da via.
Retorno: tem que estar de volta ao Mirante do Inferno antes de escurecer (dica importanre do Adrian), avaliar se saindo do Caminho das Orquídeas vale descer pelo “atalho” (direita esquerda) ou voltar até a Cota 2000 (esquerda direita) e descer tudo pelo caminho do Sino.

Linha do tempo planejada

  • 04:50 Encontro
  • 05:00 Saída do posto
  • 06:40 Chegada ao PARNASO
  • 07:00 entrada
  • 07:10 Estacionamento
  • 07:30 Início da trilha
  • 09:00 entrada do atalho
  • 09:15 crista pedra da cruz
  • 10:00 entrada grotao
  • 11:00 base da via (3h30 de aprox)
  • 11:15 início da escalada
  • 15:45 cume (4h30 de esc)
  • 16:30 fim do rapel
  • 17:00 já no grotão
  • 17:40 passando pelo mirante
  • 18:30 crista da pedra da cruz
  • 20:00 carro
  • 22:00 chegada ao Rio

Mapa

Também fiz um mapa para ajudar na orientação. Legenda: Roxo: subida, ciano: descida, vermelho: bifurcações, azul: pontos de agua.

Aproximação à Agulha do Diabo. Fonte: OpenStreetMap e Rodrigo R.

Realizado

A excursão foi realizada de maneira bem aderente ao planejado, conforme registro, aproximado, abaixo:

5:50 chegada no parque
7:30 início
9:00 início atalho
12:00 base
12:15 início
15:15 cume
15:50 base unha rapel
18:00 saindo do grotao
18:20 passando mirante
19:30 fim do atalho
19:50 saindo do atalho
21:00 – 22:00 chegando na barragem
0h chegando no Rio

Algumas notas em relação ao planejamento inicial:

  • na volta, não descemos pela cota 2000, pegamos o caminho da base da pedra da cruz, por onde subimos
  • fizemos cume antes do previsto, e poderíamos ter chegado até 1h antes, não fossem algumas dificuldades de orientação, e a volta demorou bem mais devido ao cansaço
  • tivemos duas dificuldades de orientação: o início da última subida antes do Mirante do Inferno e, quase no mirante, achar a trilha que sai para a Agulha. Dica: ela fica muito perto do cume do mirante, à esquerda da trilha principal. Ela vai mais ou menos na cota e depois desce para o colo entre o mirante e o São João. Se vc começar a subir, está errado! vai dar em um platô que rende belas vistas da agulha mas não leva a lugar nenhum
  • apenas uma cordada chegou ao cume. Quando eu e o Adriano rapelamos de volta à base da unha, Wagner e Gomide estavam se preparando para entrar na enfiada do Cavalinho. Tomamos a sábia decisão de descermos todos juntos a partir dali.
  • estava ventando muito, mas o céu estava limpo a ponto de ser possível ver os 3 Picos e o Pão de Açúcar.
  • a escalada em si não tem segredos e nem vou colocar nada específico no relato, pois o objetivo é compartilhar o planejamento. Mas vale notar a importância de termos o guia do PARNASO, que detalha a via de forma mais completa que o 50 vias.
  • a parte mãos difícil foi subir e descer o último grotao, que dá na base da via.
  • muito importante comprometer-se com os horários planejados. Funciona bem uma pessoa cuidar mais da orientação enquanto a outra fica de olho no relógio.
  • levamos um kit de primeiros socorros bem leve, só com atadura e esparadrapo. Precisei fazer curativo em um corte na mão que chegou a sangrar bem, não deixar de levar.
  • muito importante já conhecer as “redondezas” para não preocupar-se demasiadamente com a orientação. Eu já havia feito Ch. Cassin, Mirante do Inferno, Neblina e Sino várias vezes.
  • levar o termo do parque (TCRN) impresso, vai agilizar a entrada. Tem que enviar antes por email para o parque.
  • na ida, deixamos o carro na “pousada” e subimos de carona com a Waltour que também estava no parque e entrou logo atrás de nós. Na volta, eu desci um pouco na frente, fui pegar o carro e apanhei os demais na barragem.

Conclusão

Ficamos muito cansados, mas acho que fazer bate e volta valeu muito a pena. No total, gastamos aproximadamente 13h carro a carro.

Algumas fotos da nossa excursão. Fotos dos participantes Marcello Gomide, Wagner Pereira e Adriano Conde.

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